quarta-feira, 21 de novembro de 2018

A GENTE MORRE E FICA TUDO AÍ...




A gente morre e fica tudo aí,
os planos a longo prazo e as tarefas de casa,
as dívidas com o banco,
as parcelas do carro novo que a gente comprou pra ter status.
A gente morre sem sequer guardar as comidas na geladeira,
tudo apodrece, a roupa fica no varal,
a gente morre, se dissolve e some toda a importância que pensávamos que tínhamos,
a vida continua, as pessoas superam e seguem suas rotinas normalmente.
A gente morre e todos os grandes problemas que achávamos que tínhamos
 se transformam em um imenso vazio, não existem problemas.
 Os problemas moram dentro de nós. 
As coisas têm a energia que colocamos nelas 
e exercem em nós a influência que permitimos.
A gente morre e o mundo continua caótico,
como se a nossa presença ou ausência não fizesse a menor diferença.
Na verdade, não faz.
Somos pequenos, porém, prepotentes.
 Vivemos nos esquecendo de que a morte anda sempre à espreita.
A gente morre, pois é.
É bem assim: Piscou, morreu.
O cachorro é doado e se apega aos novos donos.
Os viúvos se casam novamente, fazem sexo, andam de mãos dadas e vão ao cinema.
A gente morre e somos rapidamente substituídos no cargo que ocupávamos na empresa.
As coisas que sequer emprestávamos são doadas, algumas jogadas fora.
Quando menos se espera, a gente morre. Aliás, quem espera morrer?
Se a gente esperasse pela morte, talvez a gente vivesse melhor.
Talvez a gente colocasse nossa melhor roupa hoje, fizesse amor hoje,
talvez a gente comesse a sobremesa antes do almoço.
Talvez a gente esperasse menos dos outros,
se a gente esperasse pela morte, talvez a gente perdoasse mais, risse mais,
saísse a tarde para ver o mar, talvez a gente quisesse mais tempo e menos dinheiro.
Quem sabe, a gente entendesse que não vale a pena se entristecer com as coisas banais,
ouvisse mais música e dançasse mesmo sem saber.
O tempo voa.
 A partir do momento que a gente nasce,
começa a viagem veloz com destino ao fim - e ainda há aqueles que vivem com pressa!
Sem se dar o presente de reparar que cada dia a mais é um dia a menos,
 porque a gente morre o tempo todo, 
aos poucos e um pouco mais a cada segundo que passa.

O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO DO POUCO TEMPO QUE TE RESTA?

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