O tempo passou e minha compreensão sobre as coisas do teu mundo
me pegaram de surpresa,
um mundo paralelo, onde você unia duas personalidades, a que me desprezava e a que me amava...
E como você camuflou as situações e como viveu uma vida que não era real de risos, diversões e festas, quando pelas tuas mal traçadas linhas, tua tristeza e saudade transbordava..
Não sei se senti pena ou se senti melancolia, mas tive a certeza de que nunca ia querer viver como você, dois mundos e duas vidas...
Agora a tua lembrança e eteria e intocada, agora vives em um mundo que nem pensavas escolher, estava fora dos projetos da duplicidade terrena...
Sinto muito por você...
Sinto muito por ter tido a certeza, que você sentia muito também...
Sinto muito por ter lido em suas palavras o amargo arrependimento, com a certeza que teu pecado foi mortal para os sentimentos terrenos de afeto e união...
Apenas, sinto muito...
Aos seus pais, um poemas de Bruno Gouveia (vocalista do grupo Biquíne Cavadão) ao filho Gabriel, morto em um acidente de helicóptero, quando tinha 2 anos
"A morte de um filho
é uma gravidez às avessas
volta pra dentro da gente
para uma gestação eterna
aninha-se aos poucos
buscando um espaço
por isso dói o corpo
por isso, o cansaço
E como numa gestação ao contrário
a dor do parto é a da partida
de volta ao corpo pra acolhida
reviravolta na sua vida
E já começa te chutando, tirando o sono
mexendo os órgãos, lembrando o dono
que está presente, te bagunçando o pensamento
te vazando de lágrimas e disparando o coração,
A morte de um filho é essa gravidez ao contrário
mas com o tempo, vai desinchando
até se transformar numa semente de amor
e que nunca mais sairá de dentro de ti."
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